home haüs of whore +igaga contato Image Map

Brasileiro Remonta Vestido De Carne

Foram quatro meses de trabalho. Ele aplicou produtos químicos, depois secou a capa de costela, passou
uma tinta vermelha e refez o vestido para a eternidade. Cobrou US$ 6 mil, quase R$ 10 mil.

Uma das roupas mais estranhas do mundo ganhou lugar de destaque no Museu do Rock, nos Estados Unidos, graças ao trabalho de um brasileiro. Ele tem clientes muito famosos e é conhecido como ‘O Empalhador’.

Cerca de madeira, plantação no quintal e pássaro no poleiro. Um jeito de sertão nos arredores de Los Angeles. Realmente, é um lugar diferente: “taxidermia americana”, indica a placa. Taxidermia: substantivo feminino, a arte de empalhar animais.

No estúdio do brasileiro Sergio Vigilato, peles de animais estão penduradas nas paredes. No alto, a quantidade de chifres impressiona. Há um galo inteirinho já embalsamado.

Em um freezer, ele conserva os animais antes de serem limpos e embalsamados. Em uma sacola, por exemplo, tem um coelho e outros tantos animais, além de pedaços de carne do famoso vestido de Lady Gaga.

“Meu trabalho é considerado artes plásticas e taxidermia para celebridades”, afirma Sergio Vigilato. Esse paulistano que já foi caçador no Alasca, marceneiro e até musico na época da Jovem Guarda, tem um slogan: “Eu faço qualquer coisa se você tiver dinheiro para pagar”.

Qualquer coisa mesmo. “Eu estava andando em uma cidade que chama Glendale e vi uma placa ‘taxidermia’. Eu falei: ‘Vou ser taxidermista’”, conta.

Toda hora aparece alguém famoso com um bichinho de estimação que morreu. O último animal a chegar foi um cachorro. As cinzas foram enviadas ao dono, mas a pele foi preservada e Sergio vai botar em um molde de isopor.

“Esse aqui é um pitbull de uma celebridade que disse que eu poderia mostrar. Só não pode falar o nome”, comenta.

Andando mais um pouquinho pela casa, é possível encontrar mais restos de animais, como uma pata de um elefante, uma crina de um cavalo, além do manequim que foi usado para remontar o vestido de carne de Lady Gaga, antes de ser levado para o Museu do Rock.

Um vestido guardado para a posteridade: “O Museu de Rock telefonou e disse: ‘Você pode fazer o trabalho?’. Eu falei: ‘Lógico que eu posso fazer. Onde está o vestido?’. ‘Ah, está aqui no meu quarto. Você tem um quarto de gelo para deixá-lo congelado?’. ‘Não, está com ar condicionado’. Falei: ‘Meu amigo, isso aqui deve estar azul. Daqui a pouco vai começar a cair bichinhos aí’. Imediatamente eu falei: ‘Pelo amor da arte, coloque imediatamente em um congelador’”, diz Sergio Vigilato.

Foram quatro meses de trabalho. Ele aplicou produtos químicos, depois secou a capa de costela, passou uma tinta vermelha e refez o vestido para a eternidade. Cobrou US$ 6 mil, quase R$ 10 mil.

Nos pedaços do vestido usado pela Lady Gaga, a carne já está desidratada. Tudo que sobrou o Sergio vai fazer brincos e anéis. São brincos e anéis do vestido da Lady Gaga.

E não para por aí. “Imagino agora embalsamar seres humanos e celebridades. É fácil. A única coisa boa de trabalhar com mortos é que eles nunca reclamam”, brinca.

Michael Jackson poderia estar entre nós, então? “Eu teria o prazer de ter o corpo dele aqui e prepará-lo com a posição famosa dele, com a mãozinha e o chapeuzinho”, se diverte. Para esse brasileiro de 67 anos, com aparência de 40, a morte é só o começo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário